Não há uma data precisa sobre a origem do Rosário. Em linhas gerais, remonta já os primeiros
séculos da Igreja primitiva e surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como
Saltério dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria
não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai Nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros
três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.
No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15
dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para
cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de
quinze mistérios. E o nome “terço” popularizou-se por representar, como o nome diz, a terça
parte do total das 150 ave-marias, ou propriamente do Rosário.
Vale lembrar que, a segunda parte da Ave-Maria (”Santa Maria, Mãe de Deus”), foi introduzida na
oração por ocasião da vitória sobre a heresia nestoriana, deflagrada no ano de 429. O bispo
Nestório, Patriarca de Constantinopla, afirmava ser Maria mãe de Jesus e não Mãe de Deus. O
episódio tomou feições tão sérias que culminou no Concílio de Éfeso convocado pelo Papa
Celestino I. Sob a presidência de São Cirilo (Patricarca de Alexandria), a heresia foi condenada e
Nestório, recusando a aceitar a decisão do conselho, acabou sendo excomungado.
Conta-se que no dia do encerramento do Concílio, onde os Padres Conciliares exaltaram as virtudes
e as prerrogativas especiais da VIRGEM MARIA, o Santo Padre Celestino ajoelhou-se diante da
assembléia e saudou Nossa Senhora, dizendo: “SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, rogai por nós
pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.” Na continuidade dos anos, esta saudação foi
unida àquela que o Arcanjo Gabriel fez a Maria, conforme o Evangelho de Jesus segundo São
Lucas 1,26-38: “Ave cheia de graça, o Senhor está contigo!” e também, a outra saudação que Isabel
fez a Maria, para auxiliá-la durante os últimos três meses de sua gravidez: “Bendita és tu entre as
mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lucas1, 42) Estas três saudações deram origem a
AVE MARIA.
A difusão e posterior expansão do Rosário a Igreja atribui a São Domingos de Gusmão (século XII),
conhecido como o “Apóstolo do Rosário”, cuja devoção propagou aos católicos como arma contra o
pecado e contra a heresia albigense, que assolava Toulose (França).
O terço que consiste em 50 Ave-Marias intercaladas por 10 Pai-Nossos se mantém desde o
pontificado do Papa Pio V (1566-1572), que deu a forma definitiva ao terço que conhecemos hoje
(O Papa era religioso da Ordem de São Domingos). Quanto às meditações, ressaltamos
novamente, que até o ano de 2002, cada Rosário, que era composto de três terços (150 Ave-
Marias) passou a ser composto de quatro terços (portanto, 200 Ave-Marias no total). Foi
quando o Papa João Paulo II inseriu aos mistérios existentes (gozosos, dolorosos e gloriosos),
os mistérios “luminosos” que retratam a vida pública de Jesus.
A palavra Rosário significa ‘Coroa de Rosas’. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada
vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue
uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário é a rosa de todas as
devoções e, portanto, a mais importante.
O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de
nossa salvação. Com o rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor, de luz e de glória de Jesus e
Maria. É uma oração simples e humilde como Maria.
É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com o Ave Maria a convidamos a rezar
por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais
poderosa, porque Jesus recebe o que Maria pede. Jesus nunca diz não ao que sua Mãe lhe pede. Em
cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o
maligno, para nos trazer a verdadeira paz.
O Rosário ou o Terço é composto de dois elementos: oração mental e oração verbal.
No Santo Rosário a oração mental é a meditação sobre os principais mistérios ou episódios da vida,
morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe.
A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas da Ave
Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistérios do Rosário.
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